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Erros nas solicitações dificultam liberação de crédito para MPEs
Nos últimos três dias, o Banco do Povo recusou mais de 5 mil pedidos de empréstimos por problemas nas informações prestadas pelos empreendedores
Desde o início da quarentena no Estado de São Paulo, em 24 de março, o Banco do Povo já liberou mais de R$ 40 milhões em crédito voltado ao empreendedor de menor porte, incluindo os informais.
O valor poderia ser bem maior, não fosse a dificuldade encontrada pelos empreendedores para fazer a gestão da própria empresa.
Segundo Jandaraci Araujo, diretora executiva do Banco do Povo, entre segunda e quarta-feira desta semana, mais de 5 mil propostas de solicitações de empréstimo foram devolvidas por preenchimento incorreto dos dados.
Segundo ela, muitos não têm ideia da situação fiscal dos sócios, sendo que se algum deles estiver negativado, não há como o banco autorizar o empréstimo.
Além disso, solicitações foram recusadas por levarem dados incompletos da empresa, o que mostra que a gestão dos pequenos negócios precisa ser profissionalizada. Segundo Jandaraci, muitos não sabem o valor dos seus custos fixos.
“No Brasil o empreendedorismo ainda é pautado pela necessidade. Falta planejamento nos negócios”, disse a diretora do Banco do Povo em live do programa #TamoJuntoSP, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
De acordo com ela, se a gestão financeira da empresa está organizada, fica mais fácil prever o melhor momento para buscar crédito no mercado. “Como falta capacitação financeira, o que vemos é que muitos empreendedores acabam caindo no rotativo do cartão de crédito”, lembrou a diretora do banco.
Por outro lado, Jandaraci disse que é preciso também melhorar a política de crédito para os pequenos, dando mais opções e subsidiando garantias. “Precisamos melhorar nosso sistema de garantias. Não faz sentido fazer alienação de bens e depois gastar dinheiro para fazer leilão”, disse no programa da ACSP.
CRÉDITO PARA ENFRENTAR O CORONAVÍRUS
O Banco do Povo tinha uma previsão inicial de terminar a digitalização dos seus serviços até outubro. Com a pandemia, e a necessidade de dar suporte econômico aos empreendedores, esse processo levou 20 dias.
Nesse interim também foi lançada uma linha especial para o empresário enfrentar a crise da covid-19. Essa modalidade, que já liberou R$ 40 milhões desde o início da quarentena paulista, atende empreendedores formais e também informais, desde que tenham atividade produtiva no Estado de São Paulo.
Por essa linha é possível solicitar até R$ 20 mil em crédito para custear as despesas fixas, como aluguel. O prazo para quitar o empréstimo é de 36 meses, com carência de até 90 dias. Os juros, tanto para o formal quanto para o informal, são de 0,35% ao mês.
No caso do empreendedor formal, não é preciso ter avalista para solicitar os R$ 20 mil. O estado é o garantidor.
Para o informal, o banco empresta até R$ 3 mil sem avalista. Acima desse valor é preciso ter um fiador.
Para ter acesso a essa linha de crédito o empreendedor não pode ser negativado ou ter sócio nessa situação. “Não podemos emprestar para quem tem restrição. Nossa taxa de juros não comporta uma operação de alto risco”, disse a diretora do Banco do Povo.
A liberação do crédito, segundo Jandaraci, é realizada em até cinco dias.
O empréstimo pode ser solicitado por meio do site do Banco do Povo, ou nas agências físicas, lembrando que em algumas cidades do interior de São Paulo elas podem estar fechadas por causa da pandemia.
Na capital, a agência funciona na rua Boa Vista, 170, centro histórico da cidade, das 9h às 17h.
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