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Sem crise: setor automotivo volta a contratar
O setor automobilístico, um dos mais atingidos pela instabilidade econômica, mostra sinais de recuperação com a criação de empregos.
Luana Cristina de Lima Magalhães
Passado exatamente um ano da crise, cujo início ficou marcado pela quebra do Lehman Brothers em 15 de setembro do ano passado, as oportunidades de emprego estão surgindo novamente no Brasil e os projetos das empresas começam a ser retomados de forma cautelosa.
O setor automobilístico, um dos mais atingidos pela instabilidade econômica, mostra sinais de recuperação com a criação de empregos. De acordo com o diretor da HAYS no Rio de Janeiro, Gustavo Costa, apesar da desvalorização cambial, da queda na renda da população e, consequentemente, a redução do consumo, o setor demonstra estar se reorganizando.
" Ações recentes do governo, como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados até dezembro, ajudaram nesse processo, e também se refletiram na abertura de vagas em indústrias que trabalham lado a lado com o setor automotivo, como as siderúrgicas", destaca Costa.
Onde estão as vagas?
Segundo análise da Hays, as funções com maior necessidade de mão-de-obra no setor são engenheiro de produtos e projetos, com média salarial de R$ 8 mil; planejamento de produção, que possui remuneração média de R$ 7 mil; e planejamento de compras e fornecedores, com salários médios de R$ 10 mil.
"Temos observado também outra questão interessante: a migração de profissionais de outros setores para a indústria automotiva e vice-versa. O setor era caracterizado por profissionais que começavam as suas carreiras ali e não saíam dela. Hoje, existe uma mobilidade bastante interessante, que enriquece o setor e favorece a profissionalização e a inovação", revela Costa.
Contratações no setor
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou um estudo que constatou que, em janeiro e fevereiro deste ano, houve redução de 22.688 empregos formais na cadeia automobilística. Já em maio e junho, a perda foi bem menor, de 3.838, o que já indica sinais de recuperação.
Ainda segundo o estudo, a produção de automóveis, caminhonetas e utilitários no valor de R$ 1 milhão gera cerca de 25 empregos diretos e indiretos na economia como um todo. Com a estimativa de que a redução do IPI elevou a produção nacional em R$ 2,4 bilhões, foram gerados de 50 a 60 mil empregos diretos e indiretos no primeiro semestre do ano.
Para se chegar ao número de postos de trabalho criados, o Ipea se valeu da hipótese que a redução do IPI aumentou as vendas nacionais de veículos entre 100 mil e 125 mil unidades e que o preço médio dos veículos, em valores de 2005 e descontados os impostos e as margens de comércio e transporte, foi de R$ 20 mil.
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